Dilma escolhe bem?
Criou-se certa expectativa na imprensa — expectativa otimista, diga-se — de que Dilma fará uma reforma ministerial no começo do ano, e, então, seu governo começará de fato, aí com os quadros que ela realmente escolher. Pois é… Vejam Pimentel. É uma escolha inequívoca de Dilma. Mas eu posso recuar um pouco tempo para avaliar se ela sabe mesmo escolher seus auxiliares.
O sua mais notável braço direito na vida pública, como havemos de nos esquecer disso?, foi Erenice Guerra. Nenhuma escolha foi mais pessoal do que essa. E, no entanto, deu no que deu. Aliás, a reação à primeira reportagem da VEJA sobre essa senhora, se bem se lembram, seguiu o padrão de sempre: também ela estava acima de qualquer suspeita; tudo não passava, diziam, de uma tentativa de desestabilizar a candidatura de Dilma à Presidência etc e tal. Dilma era de tal sorte uma escolha sua que, ao deixar a Casa Civil, fez de sua secretária-executiva a titular, com os resultados conhecidos.
O que eu estou dizendo, em síntese, caminhando para o encerramento, é que não há garantia nenhuma de que as escolhas REALMENTE FEITAS POR DILMA sejam exemplos notáveis de eficiência ou, lamento dizer, probidade. O esforço nervoso para tentar evidenciar, contra as evidências!, que Pimentel agiu dentro das regras começa a assumir um tonzinho meio desesperado.
Conhecem aquela piada da platéia de ópera que vaia o péssimo barítono? Limpando o tomate do rosto e da roupa, ele adverte: “Não gostaram do barítono? Então esperem até ouvir o tenor…”
Por Reinaldo Azevedo
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