PM que acusou ministro do Esporte o chama de "bandido" em blog
"O que falei pra revista está devidamente gravado e será apresentado às autoridades competentes."
pm chama de bandido o ministro |
Em entrevista publicada ontem pela "Veja", o soldado Ferreira afirma que Orlando Silva tinha participação direta num esquema de desvio de recursos do programa Segundo Tempo, que distribui recursos a ONGs para projetos de incentivo à prática de esportes por jovens.
Ferreira citou como suposta testemunha das irregularidades um funcionário de sua rede de academias de ginástica, Célio Soares Pereira. Ele afirmou à "Veja" ter entregue dinheiro ao próprio ministro na garagem do ministério, em Brasília, no final de 2008.
Localizado ontem pela Folha, Pereira confirmou o teor das suas declarações à revista, mas preferiu não conceder entrevista.
Procurado desde ontem à tarde pela reportagem, Ferreira não foi localizado.
Ferreira foi preso em 2010 pela Polícia Civil do DF sob suspeita de envolvimento no desvio de recursos do mesmo programa. Segundo nota divulgada ontem pelo ministro para se defender do conteúdo da reportagem da "Veja", atualmente o ministério "exige a devolução de R$ 3,16 milhões, atualizados para os valores de hoje".
Ferreira presidia uma entidade de kung fu que recebeu recursos do ministério nas gestões de Agnelo Queiroz, hoje governador do DF, e Orlando Silva.
Na manhã deste domingo, Ferreira também afirmou em seu blog ter sido procurado na última sexta-feira, um dia antes da publicação da reportagem em "Veja", pelo secretário nacional de Esporte de Alto Rendimento do ministério, Ricardo Leyser Gonçalves.
"E se tu [Orlando] não deves nada, porque [sic] mandou seu secretário nacional Ricardo Leiser [Leyser] tentar me localizar na sexta-feira, quando soube da matéria, o que ele queria comigo? Fazer mais um daqueles acordos não cumpridos?"
Procurado pela Folha, Leyser não foi encontrado para comentar o assunto. Segundo a assessoria da secretaria, ele está desde quarta-feira em Guadalajara, no México, onde ocorrem os Jogos Panamericanos. Ferreira não explicou, em seu blog, como teria sido a suposta tentativa de localizá-lo, se por telefone ou pessoalmente.
Numa outra mensagem postada neste domingo no blog, Ferreira insinuou que novas denúncias poderão vir a público. "Não sei por que tanta gente aflita, desesperada, 'as coisas' nem começaram ainda!", escreveu o soldado.
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