ANP proíbe Chevron de perfurar poços no Brasil
Horas antes, o presidente da Chevron no Brasil pediu "sinceras desculpas" à Comissão de Meio Ambiente da Câmara, em Brasília
Terra-Após 16 dias de vazamento de petróleo no mar do Rio de Janeiro, a Agência Nacional do Petróleo (ANP) determinou nesta quarta-feira a suspensão das atividades da petroleira americana Chevron, responsável pela operação do Poço de Frade, na Bacia de Campos.
A proibição de perfurar novos poços de petróleo somente poderá ser revogada quando forem esclarecidas as causas e responsabilidades do acidente, além da empresa garantir o restabelecimento das condições de segurança na plataforma.
O presidente da Chevron no Brasil, George Buck, prestou esclarecimentos nesta quarta-feira em audiência pública na Comissão de Meio Ambiente da Câmara sobre o derramamento de óleo ocorrido no Poço de Frade, na Bacia de Campos, no Rio de Janeiro. Segundo o presidente da petroleira, o plano de emergência para conter o vazamento só começou dois dias depois da identificação de uma fissura no poço controlado pela empresa.
No dia 8 de novembro, inspecionamos todo o nosso equipamento e não achamos irregularidades. No dia seguinte, em 9 de novembro, a Chevron achou fissuras a 40 m da cabeça do poço. Foi neste momento que ativamos nossa resposta de emergência ao acidente", disse Buck.
A mancha de óleo no oceano foi detectada por funcionários da Petrobras a bordo de um helicóptero, no dia 8 de novembro, e o vazamento foi confirmado no dia seguinte, por um robô submarino em um poço de perfuração a 1,2 km de profundidade, próximo a Campo do Frade, a 370 km ao nordeste da costa do Rio de Janeiro.
Buck pediu "sinceras desculpas" à população e ao governo brasileiros, e afirmou terem agido com "a maior responsabilidade" ao saberem do vazamento. Segundo o presidente, a vedação da fissura e consequente contenção do vazamento no poço foi concluída quatro dias depois, no dia 13 de novembro. A estimativa da petroleira é que, no total, 2,4 mil barris de petróleo tenham sido derramados no mar do Rio de Janeiro.
"Muitos especialistas ao redor do mundo atestaram que essa resposta foi excepcionalmente rápida e eficiente. O que aconteceu depois disso é que óleo residual subiu para a superfície. No nosso voo de ontem encontramos menos do que três barris de óleo na superfície, mas a Chevron considera que nem uma gota de óleo é aceitável. Vamos continuar a responder a isso até que não haja nenhum óleo na superfície", afirmou. Buck disse, ainda, que "não há dano visível à vida marinha".
Buck atribuiu o acidente à pressão do poço, que foi subestimada pelos técnicos da Chevron. "A pressão era mais alta que esperávamos. Sabemos que a rocha se quebrou por baixo do fundo do mar, e de alguma forma o óleo subiu 560 pés (cerca de 170 m) até o fundo do mar. A equipe que furava o poço reagiu de forma perfeita e fechou os pontos", disse.
Sobre a falta de transparência da empresa logo após o acidente, George Buck disse que é "confuso e difícil" controlar o fluxo de informações no início de um evento como esse. "Temos uma investigação em curso e me comprometo a divulgar as informações que tiver com vocês. Temos um profundo respeito pelo Brasil, pelo povo brasileiro, pelo meio ambiente, pelas instituições e leis do Brasil. Vamos continuar a parceria com o País", afirmou
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